Sem dúvida que há uma grande relação de dependência entre a economia e a tecnologia. Desde o século XVIII, com a revolução industrial, que houveram grandes alterações na economia de cada país. O facto de se utilizar outros equipamentos e, naturalmente, mais sofisticados e eficazes, provoca mudanças positivas na economia do país, pois permite aos empresários, produzir mais, melhor, e em menos tempo, tornando assim o produto mais barato e com melhor qualidade. No entanto, nem tudo é positivo, a utilização excessiva e não controlada da tecnologia, poderá trazer à sociedade e ao ambiente envolvente desvantagens, entre elas a poluição.



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domingo, 1 de junho de 2008

Trabalho infantil

A criança, ao mesmo tempo que ajudava a família, aprendia um ofício e os comportamentos que a levariam à vida adulta.
Tratava-se, assim de um início natural de educação.
Com a industrialização, o desenvolvimento da urbanidade e a expansão das actividades comerciais, o conceito de trabalho sofre profundas alterações.

Falar de trabalho infantil passa inevitavelmente por nos situarmos na complexa
sociedade de consumo em que vivemos, por nos posicionarmos nesta sociedade global que criando a ilusão da abundância gera, por um lado um crescente número de necessidades (necessidades artificiais), e por outro acentua o fosso das desigualdades sociais entre os povos.

A deslocalização das multinacionais para os países de mão-de-obra desqualificada e barata, é um dos indicadores de que é preciso lutar contra uma sociedade sustentada na ideia do lucro fácil, do acesso a mais e mais bens de consumo.
Representa também a desresponsabilização dos países mais ricos, face a um
problema que também é seu. É que, ao passar a imagem de que no seu o seu país está livre deste “flagelo social”, escondem o recurso à mão-de-obra infantil noutros pontos do mundo.
Por tudo isto é cada vez mais necessário a implicação concertada dos diferentes grupos sociais (sociedade civil, empresários, estruturas governamentais,...) na construção de uma consciência social sobre esta problemática, condição essencial na viragem de uma sociedade do “ter” – consumo – para uma sociedade do “ser” – valorização dos direitos humanos, neste âmbito, dos direitos das crianças.
Neste domínio as instituições educativas são, uma vez mais, chamadas a
desempenhar um papel fundamental na formação de cidadãos críticos,
empreendedores de códigos de conduta, baseados no respeito máximo pelos
direitos sociais fundamentais, ou seja, pela consideração da “qualidade social” como princípio básico e orientador da suas acções.

A globalização liberal em nada contribuiu para modificar este cenário. Isso porque num mundo em que a livre circulação de capitais e mercadorias é garantida de forma global, as indústrias dos países só conseguem manter-se no mercado aproveitando ao máximo o único trunfo em que são amplamente competitivas: o baixo custo de sua força de trabalho. Sem a participação de crianças no trabalho, ganhando sensivelmente menos que os adultos, muitos países veriam a sua competitividade ruir e as suas exportações diminuírem diminuindo assim as receitas.

Carmen Caeiro

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