Sem dúvida que há uma grande relação de dependência entre a economia e a tecnologia. Desde o século XVIII, com a revolução industrial, que houveram grandes alterações na economia de cada país. O facto de se utilizar outros equipamentos e, naturalmente, mais sofisticados e eficazes, provoca mudanças positivas na economia do país, pois permite aos empresários, produzir mais, melhor, e em menos tempo, tornando assim o produto mais barato e com melhor qualidade. No entanto, nem tudo é positivo, a utilização excessiva e não controlada da tecnologia, poderá trazer à sociedade e ao ambiente envolvente desvantagens, entre elas a poluição.



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domingo, 1 de junho de 2008

Mundialização e Imigração

A promessa do mundialismo é o velho sonho de todos os cosmopolitas: realizar a unidade política do mundo, fazendo dele uma única comunidade humana.
Ninguém imaginaria é que este sonho se tornaria numa exigência económica para a sobrevivência das grandes potências do mundo, o crescimento das suas empresas e o aumento do consumo dos seus habitantes exigiu a expansão dos seus mercados.
Para que isso se tornasse possível, passaram a reclamar em nome de uma prosperidade futura, a abolição dos controlos dos movimentos de capitais, eliminação das restrições que limitavam o acesso das empresas estrangeiras aos mercados nacionais.
Os ricos esperavam maior prosperidade e tem-na tido. Aos pobres foi-lhes prometido o paraíso, mas só depois duma fase de tormenta. O que tem tido, é apenas a miséria. A melhoria das condições de vida é cada vez mais uma miragem para a maior parte da população mundial.

A globalização acentuou de forma dramática a percepção das desigualdades entre os povos.
A vida para dois terços da Humanidade tornou-se um sofrimento e privação quotidiana. Milhões morrem à fome, sabendo que noutra parte do mundo outros morrem por obesidade, atolados no consumismo. Olham à sua volta e constam que nada tem do que a outros sobra. Estão dispostos a tudo, menos a continuarem a suportar a privação. É uma luta de vida ou de morte.

Os que conseguem chegar ao "paraíso", o que encontram (se encontrarem) é trabalho escravo, a luta infernal pela sobrevivência dia após dia. A esmagadora maioria aceita trabalhar e viver à margem da lei e em condições que não se podem considerar humanas.

Não tardam em se aperceberem que não passam de mão-de-obra barata, sem direitos de espécie humana. Sobre estes pobres imigrantes acaba por recair a acusação de estarem a destruir direitos dos trabalhadores que duramente os conquistaram nos países que agora os acolhem.

Não tardam também em tomarem consciência que neste processo estão igualmente a serem usados pelos Estados. Quanto mais entraves burocráticos lhes impõe à legalização, mais os forçam a viverem na clandestinidade. Na verdade, quanto maior for o contingente de clandestinos no mercado de trabalho, maior será a pressão sobre os que estão legalizados para aceitarem uma generalizada precarização das relações laborais, assim como maiores jornadas de trabalho e uma redução nos salários.
O mundo assiste hoje à expansão do consumismo. Um parte da Humanidade consome de forma impulsiva. Pouco lhe interessa quem fabricou os produtos, as condições em que os fez e a que custo. O que verdadeiramente conta é que os mesmos lhes agradem e os possa adquirir.
Face a este panorama, os direitos humanos se são a única referência consistente, são também uma referência vazia de sentido para a maior parte da Humanidade, para a qual a questão prioritária é a da sobrevivência física dia após dia.
Os factores impulsionadores da globalização são hoje de tal forma fortes e atingiram uma tal dinâmica, em particular o desenvolvimento tecnológico, que um país pequeno não tem qualquer possibilidade de travá-la e mesmo um país grande e rico, isoladamente, teria muita dificuldade em fazê-lo.

Para um país como Portugal, a globalização, contrariamente àquilo que alguns às vezes parecem sugerir, não é uma opção que o poder político ou os agentes económicos e sociais possam fazer. É sim uma realidade que se impõe a quem tem de tomar decisões, sejam os governos, sejam as empresas ou outros agentes económicos e sociais.

As grandes empresas, se não querem ser vencidas pelos concorrentes, têm que adoptar estratégias a uma escala que ultrapassa as fronteiras nacionais, mas isso não significa fazer investimentos no estrangeiro a qualquer preço e de lógica empresarial duvidosa. Antes pelo contrário.


Carmen Caeiro

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